como em cada pequeno maço de energia
flui em mim a onda de tristeza e alegria
o encontro seco e inebriante de luz e sombra
o evitável caos do inevitável encontro me ronda
nao sei mais nada, mas com invejável clareza
nao quero mais nada, apenas tudo que sonho
uma dor me consome que não tem nome
salto no escuro e busco as asas no caminho
sozinho, sento aqui e penso
o que é a verdade, o que é a felicidade
talvez a arte contenha as respostas que não tem perguntas
mas é na reciprocidade que sinto ser a minha cidade
devo eu buscá-la? ou apenas aguardar a chegada de godot?
preencher os vazios que são a grande regra constante desse universo
sou grato pelas agulhas pontudas que me tocam a alma
quero sentir tudo e me embriagar de lucidez e sobriedade
um último mergulho, ali no sossego
esculpir a vênus de mim elucubrada
tal qual a tatuagem, depois de apagada
o lago puro, insípido e inabitado
Viva a coragem de nada ser
A vontade de se esconder
o desejo de voar
a fé no absurdo invisível e obscuro
Apenas, e há penas, isso.
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