Toque sem fim

Me toca, te quero, muito
Queimo de um desejo irreal
Te sinto inteira, saboreio
Suspiro o sublime prazer carnal

Mas não é o corpo, a forma
Nem tampouco a pela de seda
Os doces olhares, a calma
Ou o perfume suave que me deixa

É mais! É o mistério bruto
Como uma aura de jasmim
Me quebra e feliz me iludo

Te toco, vejo um amor
Sem começo ou fim
sempre assim, quero, por favor

A saudade... e os loucos

os loucos sabem muito disso
da saudade do que ainda não vivi
de padecer no paraíso, eu entendi
a positividade na luta e o compromisso

são as maluquices que nos salvam do excesso normal
de uma vida insípida, inodora e incolor
pois o bom líquido desce suave, cheio de doce sabor
quero te ver, viver, sorver, para além do bem e do mal

e quando advir os rasgos de dor salgada
preciso me abraçar nas doces lágrimas
o brilho e a ternura envolvente da tua risada

sabedoria e paciência, essas coisas loucas
Fortalecem o coração e protegem das lástimas
Que saudade! grito todo dia, até ficar com a voz rouca

Os seus Beijos

Primeiro um leve toque
Um triscar suave, assim, quase acidente
Involuntariamente escandaloso
Uma fagulha, o choque, a conexão

Cada vez mais pertinho, junto-os
Como se sempre assim estivéssemos
O deconhecido íntimo
A familiaridade que as vezes é e é

Uma musica, uma resposta, atração tracionando
Toco seus lábios, um portal dimensional
Quem é você, quero, penso, sinto, sumo
Cada movimento, mergulho em seu perfume

Carícias inocentes, desejo que arrebata
Em seus beijos reconheço a aura inebriante
Aqui dentro vibro, me perco, uma dor me maltrata
Venci o destino, me entreguei no momento cintilante

Abeleza

Pode a beleza ser mais que bela?
Suplantar a estética e se tornar mística
uma aura encantadora
a bondade materializada
o carinho em carne
eu quero chorar
eu quero morrer
é tão linda, tão incrível
não confio mais nos meus olhos
não creio na fé
nem no destino
existe algo além q é mt forte!
talvez no fundo do buraco negro haja uma força tão inimaginável
exista uma força q irradie luz, espalhe um perfume de bondade
essa magia, esse poder, talvez exista nas flores quando se desbrocham
talvez exista no colo da mãe aos queridos filhos
quem sabe na fé dos santos
Na convicção dos profetas
na resiliência dos grandes atletas
e talvez, só talvez
Na dor dos poetas...


Melhor degustado ao som de

https://soundcloud.com/blackeo/portishead-roads-1