Subverse-vivo

Deformado, engravatado, surrado, em sangue ..vivo
romântico sim, é o caldo que nutre, me alimento
gosto tanto do gosto, não me queixo do rosto
o que é a alma, senão o mistério sem forma

e o que se tornar nesse mundo, meus amigos
podemos ter tudo que sonharmos, mas vou te decepcionar
as coroas de joias e os castelos de pedras são lindos
mas, olhe bem, ao seu redor, as barras de ouro

a inocência que se perde, a esperança que falha
são as pedras que carregamos que nos levam para o fundo
e mesmo assim os pontinhos brilhantes hão de se multiplicar
essa fé inabalável que contagia e me falta

eu sou o arrepio na espinha do jovem empolgado
sou o frio áspero do sul, com vento em dia ensolarado
minhas asas me levam alto e rápido
limpo o chão, lambo as feridas, mais um dia.

Ars Artic Ar T

Eu preciso...
Ahh como preciso dela
é premente, evidente, envolvente, consciente
É A
nem todo trabalho do mundo ou obrigações ou responsabilidades são suficientes
Sem ela nada existe
O muito é pouco, vazio, é nada
É Ar
sua força bruta derrete montanhas de indiferença
descongela pedras enormes de ansiedade
É T
nossa natureza intrínseca clama sem parar
um pouco mais, por favor, é preciso, eu preciso, não posso mais
É E
ser algo e estar onde, alguém em algum lugar
nem tudo nem todos, como cravou em Ferreira, Goulart
é ARTE...

A ARTE existe porque a vida nunca bastará!!!!

Saco de brinquedos

brinquei que estava sonhando com muitos brinquedos
Havia uma grande revolução na humanidade
Um saco cheio de sonhos e brincadeiras
E não mais que de repente o depende virou mocidade

Mas o que é a vida senão aquela cuja vivemos a qual?
Brinco eu, brinques tu, brinquemos e os brinquedos
Sem brincadeira, brincar brinda ao melhor dos manjares
A alegria aviva a viva vida, visa e encanta as almas

O brincadeirismo é um populismo que vale a pena
Sem egoísmo, sobre os receios sobe mais e não envenena
Engrandece as almas em puro brilhantismo

Brincai-vos sem dó nem piedade, sem idade ou cidade
A arte da alegria e da graça caricia o calorzinho
Aquele amor que constrói brincando de aviãozinho.

Em Bar Asso

Embaçado

Embaraço 

Embora 

Embranco

Embebo

Embanho

Embati

Embuto

Âmbito 

Embuaçu 

Buço

Escuro

Emluto

Ver

Vi

Preso

Sonho

Ligo

Choro

Penso

Você 

Pensa?

Ontime

Onme

Será 

Sadnao

Ligaei

Vai

Vi

Penso

Você 

Embaraço 

Asso

Háfim

Livro

Livro

Todos os dias eu fico pensando em títulos
Eles brilham e pulsam, como que flutuando no infinito
Palavras soltas, nem mesmo completas, historias
Eu gosto disso, gosto de escrever, conceber, são filhos.

Eu aprendo devagar, divagar, devagarinho...
Gostar, tão fácil assim, e também não preferir
Precisam me estudar, pra me ensinar a sentir
Certamento sou muito errado, safado e bonzinho

Todas as noites antes de dormir eu rezo, peço, agradeço
Tantas bênçãos, glórias, compaixão e carinhos
Eu só quero aprender a sentir do jeito certo
Erradamente me convenço a fugir dos caminhos

Esses livros, espíritos, vidas, presos aqui dentro
Estou fraco, tô apanhando, quero convites
Preciso dessa permissão para poder sonhar
Sair voando fora dos sonhos, sinos tocam.