domingo, 11 de dezembro de 2022

Poesia no escuro

 pssssssiiiiiuuuuuuu

vem aqui, vem

sente aqui comigo

olha bem, presta atenção, sente aí

de ombro a ombro, pequenas batidinhas

bate bate bate bate

não sei não sei 

vem o giro, sobe o suspiro, me viro, 

biro liro biro liro

sei q vc quer chegar aqui pertinho

dançando mole e levinho, vem mansinho

tocar de narizinho suave e translúcido

a melodia das curvas se alongando 

vibro a vertigem amassada e emborrachada

trepido uma ação desavergonhada

escorrego na ponte que conecta o caminho dos olhos

esbarro num castanho meio mel amelolado

tipo vidro marrom por traz da luz do sol, em dia de brilho

escuto uns estampidos, como se tanta brilheza estalasse

até um perfume doce, um ar suave, surge uma chave

não perco tempo, sem hesitar abro a porta e liberto o grito de liberdade

siiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Explodo em mil percepções e fragmentos de sensações

consigo enxergar toda a imensidão universal, mesmo no escuro

ultrapasso todas as barreiras e fronteiras, sou o universo inteiro

me faço evaporar e me torno o oceano

apenas uma alternativa

me abraçar e me fundir à realidade, 

dançar e curtir uma barbaridade

Rir  e curtir toda temeridade salpicada de insanidade

vamos nos enrolar na manta da noite e celebrar toda vontade

todo desejo, realizado e só sonhado também.

Agradecer o feito e defeito

amar o doce e o salgado

deixar esvair o sangue e verter em paixão a lágrima

não ser nada, sentir o nada, viver o completo vazio

ser à toa, completamente completo de inutilidades

de pouco em nada e nada, até a transcendência

Transcen dencia

trans dence

tran den

den... den...

dance

ce.




Nenhum comentário:

Postar um comentário